Pela cor

Com é bem sabido, atendendo à sua coloração o vinho pode dividir-se em três grandes grupos: brancos, rosés e tintos. Esta característica não afeta só o aspeto exterior mas a própria estrutura de cada tipo, ao ponto de as preferências do consumidor se centrarem, com frequência, num dos três de forma decisiva, levando-o até a esquecer até os restantes.

Para a elaborar um vinho branco o produtor parte em geral de uvas brancas, o que não significa que seja impossível de outro modo; de facto, muitos champanhes são feitos também a partir de uvas pretas. O que se evita é que o mostro, depois de prensado, permaneça em contacto com as películas e com as grainhas, que é onde as uvas têm os seus pigmentos de cor, responsáveis pela tonalidade do vinho.

Assim o mostro pode adquirir uma coloração avermelhada variada consoante o tempo que permanece em contacto com as películas das uvas acabadas de esmagar. Consequentemente, um rosé é elaborado deixando fermentar os bagos com o mostro durante mais de um dia (se permanecer três ou quatro passará a ser já um clarete, denominação que caiu em desuso).

Até ao século XVIII, e pelo menos em França, o rosé era o tipo de vinho que habitualmente se obtinha; as técnicas de obtenção do tinto, como hoje o conhecemos, datam do século XIX. Além disso, não está excluída a elaboração de um vinho rosé com a mistura entre tinto e branco; porém, o resultado não possui qualidade, sendo mesmo expressamente proibido por algumas regulamentações.

Os vinhos tintos são obtidos através de um tempo de fermentação do mostro com os bagos que oscila entre uma e duas semanas, segundo o tipo de uvas e as zonas de produção.

Quando começa o processo de fermentação, as películas desprendem-se subindo à parte mais alta das cubas, flutuando à superfície do mostro. Todos os dias o produtor irá regá-lo com mostro proveniente da base, com o objetivo de ajudar a extrair a matéria corante.

Assim sendo, a existência de inúmeros matizes dentro de cada um destes pequenos grupos permite uma grande variedade de notas visuais com que os apreciadores se deleitam, descobrindo traços diferenciadores que oferecem pistas sobre os processos de elaboração de cada um.

Desse modo, uma cor branca muita pálida pode demorar que estamos perante um xerez de maçã, enquanto que esse branco se altera para um dourado palha quando se trata de um fino; um âmbar, tratando-se de um amontillado, ou ouro escuro se for um aromático. Um amarelo pálido com irisados verdes caracteriza um branco de Rueda ou alguns vinhos catalães de Anoia ou Penedés.

De igual maneira, um vermelho grenat com irisados violeta revelará que estamos diante de um tinto jovem, enquanto os tons de ocre ou de tijolo surgem neste mesmo vinho com o passar do tempo, mitigando tons de carmesim e chegando mesmo a avisar-nos de uma indesejada oxidação quando se acentuam em excesso.

Um Porto jovem é denunciado pela sua cor violeta com irisado em tons de azul, que os anos virão a converter numa coloração vermelha, em geral com reflexos alaranjados.

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